quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Dossiê Vampiro

Amor e Ódio ( Mais conhecida comoVampira)- Edvard Munch, pintada em 1894

Para começar estamos trazendo um assunto que por mais que já tenha sido falado nunca ficou realmente esclarecido; vampiros existem? se existem, como detectá-los? desde quando se fala em tal criatura?

Não prometemos aqui nenhuma resposta, o que propomos é um apanhado geral sobre o assunto, para que você caro leitor possa decidir por si mesmo sobre o que acredita ou não.

Apresentamos o Dossiê Vampiro, que será divido em 3 partes, sendo esta a primeira; Aproveitem a viajem!!!
 
PARTE I



O Senhor da Escuridão



Presas salientes para poderem se alimentar, pele branca e fria como gelo, olhos que não brilham apenas refletem a falta de vida, imortalidade, sensibilidade ao sol, e falta de sangue, que busca nos humanos e animais como fonte de energia vital a sua sobrevivência. Essas são algumas das principais características de um ser que transcende todas as civilizações e habita nos sonho e no imaginário de todas as gerações: O Vampiro; Criatura vilã, que tem fama de não perdoar suas vitimas e que sobrevive apenas para se alimentar. Um ser sobrenatural que só caminhas pelas noites em busca de uma pobre vítima que possa “doar” seu sangue, ou então ser transformada em um novo ser da escuridão. Diz a lenda que o vampiro pode se transformar em um morcego e que durante o dia dorme em uma caixão. Seria o Vampiro o Senhor da Escuridão?

Mas o que mudou nesse ser, depois de mais de um século de lançamento do livro mais famoso, que deu vida ao maior de todos os Vampiros: Drácula. De sugadores de sangue a vegetarianos. De amantes da escuridão a vampiros que brilham na luz do sol. De poderes sobrenaturais a poderes psíquicos. Hoje os vampiros não são mais os mesmos.

Não é de se duvidar de que o vampiro sofreu grandes mudanças especialmente na literatura nesses 113 anos de lançamento do romance de Bram Stoker. Seus estereótipos já não são os mesmos, e de vilão, o vampiro passou a ser o mocinho.

Nesse post procuramos demonstrar um pouco sobre essa criatura que aguça nosso imaginário. O Vampiro na TV, no cinema, na literatura, na música e como ele mudou nesses últimos anos, procurando dar dicas de livros, filmes e seriados para aqueles que sonham em ser mordidos por uma dessas criaturas, e dividirem um colchão de veludo negro no mais belo sarcófago na escuridão. Vamos começar a jornada?

Drácula e o que veio antes dele

O Vampiro mais conhecido de todos os tempos é na verdade um conde, personagem do romance do irlandês Bran Stoker lançado no ano de 1897. A história sem dúvida é uma das mais adaptadas e é influência pra todo escritor de terror que se preze.

A história de Drácula se passa na Transilvânia, local onde hoje se encontra a Romênia no leste europeu. O enredo se desenrola a partir da hospedagem de Jonathan Harker em um castelo cujo anfitrião é o Conde Drácula.

Harker não demora a desconfiar do Conde, pois se percebe não mais convidado e sim um prisioneiro do castelo, e começa então reparar nas peculiaridades de seu excêntrico anfitrião, como o fato de não se alimentar e seu aspecto sinistro.

Após um período Drácula viaja para Inglaterra para se alimentar, deixando seu hóspede nas mãos de suas três “esposas”. Depois de muito sofrer Harker consegue fugir do castelo conseguindo se encontrar com sua noiva em Budapeste, onde se casa com ela.

Drácula viaja na forma de um morcego e já na Inglaterra ataca Lucy , uma amiga da esposa de Harker. Lucy acaba tendo alguns sintomas desconhecidos até então, e seus amigos resolvem chamar um médico, Abraham Van Helsing, que percebe que Lucy não está doente e sim fora atacava por uma criatura diabólica, Drácula, um ser que não vive, mas não esta morto e que se alimenta do sangue de duas vítimas. Receoso de ser chamado de louco o doutor não confidencia a ninguém sua descoberta.

Lucy acaba morrendo e sendo enterrada, porém renasce como vampira. Van Helsing decide então contar sua história aos amigos de Lucy, e juntos eles acabam com a vampira enfiando-lhe uma estaca no coração e cortando sua cabeça.

Drácula vendo-se acuado resolve ir a Budapeste em busca de mais vítimas e escolhe justamente Mina, a esposa de Harker.
O perverso Conde, bebe do sangue de Mina, e lhe dá do seu para estabelecerem uma conexão macabra.
Van Helsing e seus amigos resolvem acabar com o vampiro e o perseguem para lhe destruir. O Conde regressa a Transilvânia, mas seu castelo já foi destruido. Ao fim do romance Mina é libertada e Drácula fica como fugitivo.
Esse é apenas um resumo do maravilhoso livro de Stoker, que até hoje é um dos mais conhecidos da literatura de terror.

Muito se fala da semelhança do Conde da Transilvânia com um famoso e perverso príncipe que viveu na região da Romênia no século XV. Vlad III também era chamado de Draculea. Ele era tido como cruel e tratava dessa forma seus inimigos. Embora não fosse um vampiro, muitos acreditam que o escritor irlandês se baseou nesse personagem histórico para compor Drácula. A perversidade e a crueldade do príncipe fez com que a população começasse a imaginar coisas, e muito alimentavam a idéia de ele ser um vampiro.
. Conta-se que o Vlad III, tinha prazer em comer na frente de seus inimigos ouvindo seus gritos de agonia. Em uma de suas batalhas Vald levou um forte golpe na cabeça, que o deixou em coma, depois de ver o seu líder cair seus homens bateram em retirada levando consigo seu corpo e antes da fuga ser realizada, Vlad III acorda do coma como se nada tivesse acontecido e logo depois de recobrar os sentidos retornou a batalha levando seu exercito a vitória em uma de suas mais sangrentas batalhas, criando assim a crença que ele havia retornado dos mortos como um morto vivo, por isso muitos pensavam que ele era um morto-vivo.

Origens


Porém a lenda do vampiro é muito anterior ao famoso livro de Stoker, muitos associam a origem dos vampiros a Caim, o primeiro assassino, que mata seu próprio irmão por inveja e é então amaldiçoado a viver fugitivo e errante pela Terra, e assim como a terra recebeu o sangue derramado por ele, ele teria que se alimentar de sangue para sobreviver. Caim fora então marcado, e como forma de distinção entre ele e os humanos, seus dentes se alongaram e seus olhos ganham nova tonalidade de cor, também passa a viver á noite como fugitivo de tudo e de todos e também a temer os símbolos cristãos em geral.

A princípio ele se alimenta apenas do sangue de animais, porém ao tentar se defender de seus perseguidores, acidentalmente morde um deles e sente que o sangue humano é muito mais apreciável, porém se arrepende amargamente e promete nunca mais fazer tal coisa.

O que Caim não sabia era que acabara de criar seu primeiro “filho”, que por tentar fazer mal a Caim carrega então a maldição, e com ela a sede, ele então não consegue contê-la e passa a atacar os humanos, enquanto alguns morriam durante o ataque outros se transformavam passando adiante a maldição.

Sobreviventes do dilúvio, mandado para acabar com essa espécie, os vampiros seguem adiante, nas sombras e cautelosamente, sobrevivendo às custas do sangue de suas vítimas, podendo ou não passar adiante sua sina.

Em toda a sua história, os filhos de Caim só encontraram outra criatura à sua altura, o temível Lobisomen, que segundo alguns seriam descendentes de Cão, filho de Noé, mas essa já é uma outra estória...

Da Grécia à Europa, de geração a geração, a lenda dos vampiros é passada adiante e adaptada conforme o lugar onde é contada, contendo elementos próprios de sua região, sempre como criaturas almaldiçoadas, ou por ter cometido um crime abominável, ou por estar possuído por algum demônio, ou por ser um suicida.

Os primeiros escritos a respeito de tal criatura datam do período romântico, há quem encontre alusões a essas criaturas em obras como Die Braut von Korinth (1797), de Goethe, ou em Christabel (1798), de Colerigde, porém é o conto The Vampyre de John Polidore, médico de Lord Byron, publicado em abril de 1819 , que é considerado o marco da literatura vampiresca moderna.

A idéia da estória teria surgido durante o famoso encontro de escritores reunidos na Villa Diodati em Genebra, em 1816, quando foram desafiados por Byron a criarem uma estória de fantasmas durante uma tempestade. Desse mesmo encontro sairia também Frankenstein de Mary Shelley.

A história de Byron falava de dois amigos que vão para a Grécia, onde um deles morre. Ao moribundo, o amigo jurou não revelar sua morte a ninguém. De volta à Inglaterra, ele o reencontra vivo.

Porém Byron abandona a idéia e Polidore a utiliza para criar o seu conto, sobre um Lord Ruthven, que bebia sangue de mulheres.

O conto teria sido publicado erroneamente como autoria de Byron, resultando em cartas indignadas do autor à revista e ao amigo, onde ele não apenas desmentia ser autor do conto como desmerecia a obra de qualquer valor literário, o que não impediu a imortalização da mesma, que serviu de inspiração à famosa obra de Stoker.

Até mesmo nomes notáveis como o escritor francês Voltaire (1694/1778) já se dispôs a falar de vampiros como seres reais, em seu Dicionário Filosófico há uma longa entrada sobre vampiros, onde os descreve como “corpos que saem de suas campas de noite para sugar o sangue dos vivos, nos seus pescoços ou estômagos, regressando depois aos seus cemitérios.”

Jean Jacques Rousseau, filósofo iluminista, diz em uma carta ao Arcebispo de Paris, “Se alguma vez existiu no mundo uma história provada e digna de crédito, é a dos Vampiros [...] Não falta nada: autos, certificados de homens notáveis, de cirurgiões, clérigos e juízes. A prova jurídica abarca tudo. Com tudo isto, quem acredita, pois, nos Vampiros?”

Voltaire e Rousseau não foram os únicos intelectuais a se ocuparem do assunto, em todas as épocas, vários estudos já foram feitos sobre o tema; de acordo com um texto publicado tempos atrás, no site da rede globo (Quem acredita em vampiros?) “No final da Idade Média, os Vampiros eram uma realidade, e foram listados no ‘Malleus Maleficarum’, uma publicação da Igreja de 1486. Durante muito tempo esse tratado foi a Bíblia dos caçadores de bruxas, divulgando os ensinamentos necessários para evitar Vampiros e outras criaturas do mal. Tempos depois, Dom Augustin Calmet (1672-1757), monge da Ordem de São Benedito, publicou ‘Dissertações sobre a Aparição de Anjos, Demônios e Espíritos, e dos Vampiros da Hungria, Boêmia, Morávia e Silésia’, em 1746. Neste trabalho, Dom Calmet descreveu os vampiros como corpos mortos que ressuscitavam em busca de sangue.”

Obviamente que os céticos não acreditaram nessas palavras, apesar de quem as disse, porém isso demonstra o quanto esses seres lendários mechem com o imaginário do ser humano, inclusive os mais intelectualizados.



O Vampiro e seus poderes

Imagem da Web, retirada do blog > http://orientalccg.blogspot.com/

O ser Vampiro exerce um poder sobre muitas pessoas. Alguns sentem tanto fascínio por essas criaturas que afirmam sonharem em ser mordidas um dia por um deles. Esse fascínio é algo que vêm de muitos anos, e pode ser explicar por essa criatura ter um poder acima de todos. O poder sobre a morte.

Em toda a história dos Vampiros, ele foi dono de grandes poderes, sejam eles de influência sobre sua vitimas, o de voar ou poderes de força.
Os grandes personagens que surgiram no decorrer dos anos demonstram que esses poderes também vêm sofrendo grandes mudanças

No início, os vampiros tinham especialmente poderes hipnóticos sobre suas vítimas, e também em se transformarem em morcego podendo voar. Com o tempo a literatura foi incorporando e mudando essas características. Vampiros mais recentes como Edward Cullen, personagem da Saga Crepúsculo tem o dom de ler a mente de mortais e imortais. Outros personagens desta mesma saga tem outros poderes como antecipar o futuro, controlar emoções, fazer escudos protetores, etc. Em outros livros como os excelentes livros das Crônicas Vampirescas escritos pela escritora americana Anne Rice o Vampiro toma uma conotação sexual e quanto mais velhos os vampiros forem, mais poderosos eles serão. O Sangue de um vampiro também corresponde a sua força. Se um novo vampiro se alimentar de um vampiro mais velho, ele terá poderes maiores e uma força mais surpreendente.

Já em Crepúsculo os novos vampiros recém feitos são mais fortes, mesmo não tendo poderes eles possuem uma força maior, segundo o livro por terem sangue humano ainda correndo em suas veias.
Mas entre todos esses poderes aquele que está presente em todo livro, filme, conto, seriado de vampiro é aquele que chama atenção de todas as pessoas e que é o mais incontestável dos poderes vampirescos. A Imortalidade.

A Imortalidade é o poder que sempre está presente nos vampiros, por ser a grande diferença entre um vampiro e um ser humano. Um humano pode ser macabro, pode ser assassino, pode beber sangue, mas ser imortal, ah isso ele não pode. A mortalidade é a grande fragilidade do um ser humano.
Porém apesar de resistir à ação do tempo, tecnicamente um vampiro pode sim ser morto, porém isso demanda técnicas próprias, habilidades e uma boa dose de sorte.
No romance Drácula e em grande parte dos primeiros filmes e livros com essa criatura como protagonista, um vampiro pode ser morto com uma estaca no coração ou com a cabeça cortada. Nas Crônicas Vampirescas ele pode morrer queimado ou quando exposto por muito tempo ao sol ( como Cláudia em Entrevista com o Vampiro). Na saga Crepúsculo eles podem morrer de algumas formas, desde que seus poderes tenham sido combatidos, sua cabeça pode ser cortada, ou ele ser queimado.

São muitos os tipos e poderes de vampiros. Alguns são mais fracos com aspecto de zumbis, como no seriado americano “Buffy”, outros mais fortes, como “ Drácula”, mas em toda boa história gótica de vampiros, os poderes sobrenaturais fazem parte das características do vampiro, que embora tenha sofrido alterações ao longo do tempo, permanece como um dos aspectos mais fascinantes desse ser.


Continua...


Imagem da Web

4 comentários:

  1. Muitoo bom wilton, e parabéns "Kirah",foi um bom artigo sobre os vampiros. Mas espera eu, que os proximos serão muito melhores, como as entrevistas fictícias, que o wilton me disse no msn. Estou super atento para o próximo post. Estão de parebens vocês dois, por ir tão fundo com uma pesquisa. Inclusive sobre esse assunto que é um dos mais dificeis.

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  2. Parabéns Wilton,e Kirah tambem pelo "Dossiê Vampiro",sério,está muito bom,prende a gente do começo ao fim..
    Estou esperando a segunda parte ansiosamente...
    Bjs

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  3. Adorei *---*

    não sou tão fã de vampiros, mas ficou tudo muito interessante, a pesquisa ficou tão completa e detalhada, adorei

    foi um excelente trabalho

    bjs

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  4. Parabens, realmente um otimo trabalho, dem enxuto e bastante informativo..muito bom

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